TRABALHADORES OLHANENSES DA ALISUPER EM ANGÚSTIA CONTÍNUA

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010 |

Os bancos não foram à assembleia de credores e põem em causa plano de recuperação. Mais de 500 postos de trabalho em risco.

A Caixa Geral de Depósitos, o BPI e o BPN não compareceram à assembleia de credores reunida nesta quarta-feira em Lisboa, "não permitindo a tomada de posições quanto ao plano de recuperação" da cadeia de supermercados Alisuper, disse à agência Lusa o presidente da Cooperativa de Produtos Alimentares (Alicoop) e também da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), José António Silva.

"Se até à data limite de apresentação do plano de recuperação ao tribunal [segunda feira] não houver mudança de posições, está já agendada uma comissão de credores para o dia seguinte, para equacionar o eventual encerramento e liquidação do grupo", disse o presidente da Alicoop.

Com o eventual encerramento do grupo estão em causa, refere, quase 500 postos de trabalho directos e cerca de duas centenas de indirectos. "Terá consequências socio-económicas dramáticas", reforçou.

O plano previa a viabilização do grupo - que controla as empresas Alisuper, Macral e Geneco - através da injecção de 5,5 milhões de euros, financiados pela banca credora.

A Alicoop, em insolvência desde Agosto, acumula dívidas de cerca de 80 milhões de euros, 20 milhões dos quais a fornecedores.

José António Silva disse que a CGD "não está disponível para viabilizar estas contrapartidas, mesmo sabendo que metade do dinheiro que injectaria lhe seria devolvido em Setembro".

Para o presidente da Alicoop, não há racionalidade no facto de a Caixa "não aprovar um plano de recuperação que a própria, juntamente com o BCP e os restantes bancos, teve a iniciativa de encomendar".

O núcleo de Olhão do Bloco de Esquerda está solidário com os trabalhadores olhanenses da "Alisuper".

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