Ria Formosa: Criar habitats artificiais para evitar extinção de cavalos marinhos

terça-feira, 23 de novembro de 2010 |

Os membros do projeto "Seahorse" querem criar novos habitats para cavalos marinhos através da instalação de estruturas artificiais na Ria Formosa, local conhecido por já ter albergado uma das mais densas comunidades do mundo.

O projeto, que tem como principal missão a conservação dos cavalos marinhos no mundo, é constituído por um grupo de especialistas de todo o planeta, incluindo Portugal, onde já foram feitos diversos estudos sobre a comunidade daqueles peixes.

A perda de habitat devido às dragagens e a circulação descontrolada de barcos podem ser algumas das causas para o declínio da população de cavalos marinhos na Ria Formosa, que no espaço de uma década diminuiu em cerca de 85 por cento.

A ideia de instalar estruturas na Ria Formosa visa promover a fixação de cavalos marinhos em zonas onde é difícil a sua concentração, já que estes animais gostam de habitar em pradarias marinhas, nunca deixando os ovos a descoberto.

Segundo disse à agência Lusa Miguel Correia, biólogo e membro do projeto "Seahorse", os cavalos marinhos são muito sedentários e costumam agarrar-se a algo para não serem arrastados pela corrente, como conchas, boias de sinalização ou armadilhas.

De acordo com aquele responsável, o formato do protótipo para fixar os animais assemelhar-se-ia a um mesa sem tampo com um quadriculado de corda onde os cavalos marinhos pudessem fazer face às correntes.

"A estrutura deverá antes ser testada em laboratório e os materiais que a constituem não deverão ser de metal ou ferro de forma a não serem libertadas substâncias nocivas para o ambiente", explicou.
Os cavalos-marinhos são peixes que têm um tempo médio de vida de três a cinco anos e a capacidade de se camuflarem para enganar os predadores, podendo atingir os 16 centímetros de altura na idade adulta.

O maior mistério do ciclo da vida destes peixes é o período entre a sua libertação da bolsa do macho - a fêmea deposita os ovos, mas o macho é que gera os bebés - e quando já são juvenis mais avançados.

O projeto deverá ser implementado pelo projeto "Seahorse" em parceria com o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e o Parque Natural da Ria Formosa.

Observatório do Algarve

Olhão, 23 de Novembro de 2010
(A Concelhia do Bloco de Esquerda de Olhão)
Blocoolhao@hotmail.com

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