F. Louçã fez esta afirmação numa sessão do Bloco realizada no Entroncamento (ver vídeo). Na sessão intervieram também António Gomes e o deputado José Gusmão.
O Bloco de Esquerda está a realizar sessões por todo o país sobre o Pacto de Estabilidade e Crescimento, denunciando o péssimo negócio para o povo português que significam as privatizações e apresentando alternativa.
Nesta Terça feira a sessão foi no Centro Cultural do Entroncamento e, nela, intervieram António Gomes, ferroviário e membro da Mesa Nacional do Bloco, o deputado José Gusmão e Francisco Louçã, que foi acompanhado na mesa pelo vereador do Bloco de Esquerda na Câmara do Entroncamento, Carlos Matias.
António Gomes começou por lembrar que no Reino Unido os caminhos de ferrro foram privatizados no tempo de Margareth Thatcher, mas tiveram que vir a ser renacionalizados, perante o desastre total que constituiu a privatização.
António Gomes recordou a seguir a evolução da ferrovia em Portugal nas últimas décadas, criticando o retalhar da CP em diversas empresas, em que "os passivos não pararam de amentar", em que "a cada boy o seu quinhão" e em que "a CP vende um serviço, pelo qual não pode verdadeiramente se responsabilizar, porque as linhas e as estações são da Refer".
Questionando o que pretendem os privados da actual ferrovia, António Gomes disse que pretenderão a concessão de linhas, mas não linhas como a do Oeste, da Beira Baixa ou do Tua. Quererão linhas altamente rentáveis, pretenderão subir os preços e não desistirão de ser subsidiados pelo Estado, como acontece com a Fertagus, em que o Estado garante os lucros ao grupo Barraqueiro.
Para António Gomes, a privatização da CP levará ao abandono do interior do país, a comboios com menos qualidade e menos conforto, ao desinvestimento acelerado, à degradação do serviço público
José Gusmão salientou que a ferrovia é um serviço público fundamental e também é essencial para a reconversão energética do país. A propósito, criticou José Sócrates, que defende a ligação por TGV a Madrid, porque diz que "liga Portugal à rede europeia" e despreza a "ideia de uma rede ferroviária nacional".
Francisco Louçã começou por salientar que o PEC "não passa de um catálogo que apresenta medidas económicas e sociais muito graves para os próximos três anos, em que tudo gira à roda de números e onde as soluções que se apresentam para ultrapassar a situação são três: salários congelados, redução dos subsídios sociais e privatizações".
"Privatizações dos transportes, das concessões de ramais, da EMEF, da TAP, dos aeroportos, da EDP, da GALP e até, algo inimaginável, dos Correios, que podem ser vendidos a privados", disse.
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda denunciou a realidade concreta em que assenta o PEC: "Os números do PEC assentam em alguma estabilidade, como os 2 milhões de pobres, quase todos eles idosos e com reformas abaixo do limiar da pobreza, a que se devem acrescentar os 650 mil desempregados na estatística oficial, que os inactivos não entram na contabilidade".
E confrontou com os vencimentos de António Mexia, que foram viabilizados e aprovados pelo Estado, como accionista da EDP: Os "3,1 milhões euros que António Mexia ganhou num ano, como prémio de desempenho, o que significa que Mexia ganhou em cada mês 25 anos de salário médio de cada português, mais do que o presidente da Microsoft, a maior empresa do mundo, para irmos às comparações internacionais".
Louçã comparou a seguir o vencimento de Mexia em 2009 com o que o PEC do Governo aponta para as privatizações:
"Estes números é que fazem a realidade do PEC e os 50 milhões de euros das privatizações são apenas 15 Mexias, nada comparado aos 100 milhões de euros que os Correios dão de lucro anualmente, ou as mais valias bolsistas, que só elas pagariam 250 milhões de euros, cinco vezes mais do que o valor total das privatizações anunciadas".
Francisco Louça terminou salientando que a discussão do PEC é a discussão do "meu salário", dos nossos salários e sublinhando que "a democracia está a ser assaltada pela ganância e por estes prémios, do qual Mexia é o melhor exemplo, e que são pagos com o nosso dinheiro, sendo por isso que é o nosso salário que está em discussão neste PEC".
O Bloco de Esquerda está a realizar sessões por todo o país sobre o Pacto de Estabilidade e Crescimento, denunciando o péssimo negócio para o povo português que significam as privatizações e apresentando alternativa.
Nesta Terça feira a sessão foi no Centro Cultural do Entroncamento e, nela, intervieram António Gomes, ferroviário e membro da Mesa Nacional do Bloco, o deputado José Gusmão e Francisco Louçã, que foi acompanhado na mesa pelo vereador do Bloco de Esquerda na Câmara do Entroncamento, Carlos Matias.
António Gomes começou por lembrar que no Reino Unido os caminhos de ferrro foram privatizados no tempo de Margareth Thatcher, mas tiveram que vir a ser renacionalizados, perante o desastre total que constituiu a privatização.
António Gomes recordou a seguir a evolução da ferrovia em Portugal nas últimas décadas, criticando o retalhar da CP em diversas empresas, em que "os passivos não pararam de amentar", em que "a cada boy o seu quinhão" e em que "a CP vende um serviço, pelo qual não pode verdadeiramente se responsabilizar, porque as linhas e as estações são da Refer".
Questionando o que pretendem os privados da actual ferrovia, António Gomes disse que pretenderão a concessão de linhas, mas não linhas como a do Oeste, da Beira Baixa ou do Tua. Quererão linhas altamente rentáveis, pretenderão subir os preços e não desistirão de ser subsidiados pelo Estado, como acontece com a Fertagus, em que o Estado garante os lucros ao grupo Barraqueiro.
Para António Gomes, a privatização da CP levará ao abandono do interior do país, a comboios com menos qualidade e menos conforto, ao desinvestimento acelerado, à degradação do serviço público
José Gusmão salientou que a ferrovia é um serviço público fundamental e também é essencial para a reconversão energética do país. A propósito, criticou José Sócrates, que defende a ligação por TGV a Madrid, porque diz que "liga Portugal à rede europeia" e despreza a "ideia de uma rede ferroviária nacional".
Francisco Louçã começou por salientar que o PEC "não passa de um catálogo que apresenta medidas económicas e sociais muito graves para os próximos três anos, em que tudo gira à roda de números e onde as soluções que se apresentam para ultrapassar a situação são três: salários congelados, redução dos subsídios sociais e privatizações".
"Privatizações dos transportes, das concessões de ramais, da EMEF, da TAP, dos aeroportos, da EDP, da GALP e até, algo inimaginável, dos Correios, que podem ser vendidos a privados", disse.
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda denunciou a realidade concreta em que assenta o PEC: "Os números do PEC assentam em alguma estabilidade, como os 2 milhões de pobres, quase todos eles idosos e com reformas abaixo do limiar da pobreza, a que se devem acrescentar os 650 mil desempregados na estatística oficial, que os inactivos não entram na contabilidade".
E confrontou com os vencimentos de António Mexia, que foram viabilizados e aprovados pelo Estado, como accionista da EDP: Os "3,1 milhões euros que António Mexia ganhou num ano, como prémio de desempenho, o que significa que Mexia ganhou em cada mês 25 anos de salário médio de cada português, mais do que o presidente da Microsoft, a maior empresa do mundo, para irmos às comparações internacionais".
Louçã comparou a seguir o vencimento de Mexia em 2009 com o que o PEC do Governo aponta para as privatizações:
"Estes números é que fazem a realidade do PEC e os 50 milhões de euros das privatizações são apenas 15 Mexias, nada comparado aos 100 milhões de euros que os Correios dão de lucro anualmente, ou as mais valias bolsistas, que só elas pagariam 250 milhões de euros, cinco vezes mais do que o valor total das privatizações anunciadas".
Francisco Louça terminou salientando que a discussão do PEC é a discussão do "meu salário", dos nossos salários e sublinhando que "a democracia está a ser assaltada pela ganância e por estes prémios, do qual Mexia é o melhor exemplo, e que são pagos com o nosso dinheiro, sendo por isso que é o nosso salário que está em discussão neste PEC".
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