Bloco de Esquerda - Eleições Europeias

quinta-feira, 4 de junho de 2009 |

O Núcleo do BE em Olhão sabe que o caminho mais fácil de se fazer política é criticar por criticar, atacar e fazer desacreditar os adversários. Contudo, preferimos não o fazer.
Talvez por sermos recentes nestas andanças, talvez por respeitarmos quem tem opiniões e ideias diferentes das nossas e também porque achamos que isso não resolve nada.
Claro que iremos expor e denunciar as situações com que não concordamos e o que queremos ver mudado em Olhão e em Portugal mas quando for altura disso e apresentando soluções.

Neste momento, atravessa-se uma campanha eleitoral para o Parlamento Europeu.

É curioso ver que que os dois maiores partidos políticos em Portugal (e que também têm o maior peso em Olhão) nem se viram, salvo os outdoors em rotundas. Com isso poderão estar a dar a indicação aos menos atentos que estas eleições não são importantes e, ao mesmo tempo, fazem aumentar o desinteresse em lutas e picardias que nada têm a ver com a Europa ou mesmo com a grave situação que o país atravessa.

Da parte que nos toca, achamos que esta é uma eleição importante pois é segundo as normas europeias que nos regemos e é lá que se tomam muitas decisões que nos afectam a todos.

É por isso que é importante tentar transmitir o que o BE pretende fazer no Parlamento Europeu e porque é importante eleger mais deputados do BE.

Começamos por deixar as segunda das 3 partes da entrevista de Miguel Portas à SIC noticias. Nestas, ele aborda diversas temáticas. Poderá ver aqui a primeira parte e aqui a terceira parte.



Escolhemos esta segunda parte pois fala exactamente sobre o espírito desta campanha, do problema da abstenção e do sentimento de descrédito ao poder político.

Passamos pelo depoimento de Fernando Nobre, o Presidente da AMI (Assistência Médica Internacional), que é o mandatário da Campanha do Bloco a estas eleições. Ele aceitou dar a "cara" pelo Bloco e explica porque é importante votar no BE.



Se tiver curiosidade, também poderá assistir aos nossos tempos de antena. Têm um grafismo e forma de comunicação que caracteriza o Bloco e que transmitem de forma sublime a nossa mensagem. Acreditem que valerá a pena.
1º tempo de antena / 2º tempo de antena / 3º tempo de antena / 4º tempo de antena

Para estes tempos de antena foram criados pequenos filmes tipo "Fantasporto", que ilustram três situações muito presentes na nossa sociedade. São simplesmente imperdiveis.
Um trabalhador precário: "Interrogatório a um precário"
A saúde: "O homem que perdeu o rim".
O tratado de Lisboa: "Tratado à nossa porta".

Por ultimo seguem-se alguns excertos do compromisso eleitoral do Bloco de Esquerda para estas eleições (clique aqui para ver o documento completo):

O combate europeu do Bloco de Esquerda é o mesmo que o distingue em Portugal: junta forças, proposta e alternativa com quantos se revêem na urgência de uma ruptura com as políticas e os políticos que colocaram o planeta, a Europa e o nosso país numa crise social de proporções incalculáveis.

- O Bloco de Esquerda fará campanha contra uma crise cuja superação exige novas políticas e uma nova geração de responsáveis políticos.

- O Bloco de Esquerda defende que os apoios públicos sejam condicionados, em escala europeia, à manutenção dos empregos, que os despedimentos preventivos devem ser proibidos e que a deslocalização de empresas financiadas com capitais e apoios públicos deve ser duramente penalizada.

- Pensamos ainda que a distribuição de dividendos em empresas com apoios públicos deve ser suspensa.

- Em contrapartida, as políticas de crédito devem obedecer a critérios de interesse público, favorecendo o relançamento da economia. A banca nacionalizada tem, na generalidade dos países, condições para impor ao mercado bancário, regras não usurárias que o sector financeiro privado seguirá se não quiser perder os seus clientes.

- Ante a crise, os europeus precisam de uma União com coragem para mobilizar os recursos que coloquem a solidariedade e o emprego no centro das políticas europeias.

- O Bloco será favorável à elaboração de um novo Tratado Europeu pelo Parlamento Europeu, que seja conciso e preciso sobre os objectivos da União, os direitos sociais,ambientais e políticos dos cidadãos, e sobre a arquitectura institucional e as atribuições de cada órgão. Este texto sintético deve ser submetido aos parlamentos nacionais para emendas e, na sua forma final, deve ser referendado e ratificado de acordo com os tratados actualmente em vigor.

- A candidatura apresentada pelo Bloco de Esquerda recusa qualquer pausa ou diminuição de ambição nas metas definidas pela União em matéria ambiental, em nome do combate à crise económica.

- Pelo contrário, considera que esta é a oportunidade para requalificar, com ajuda do investimento público europeu, os sectores industriais mais poluidores e o momento para mobilizar recursos para políticas de apoio às indústrias de transportes colectivos menos poluentes e de requalificação urbana, com efeitos imediatos na eficiência energética dos edifícios e habitações.

- No Parlamento Europeu, o Bloco apoiará as medidas que impulsionem a investigação científica, o armazenamento e captação de CO2 e a diversificação de fontes de energia com exclusão da expansão dos biocombustíveis e da opção nuclear.

- O Bloco será ainda favorável a novos acordos internacionais que estabeleçam metas mais exigentes, a penalização dos faltosos e a superação do actual mercado de emissões. Os EUA e a UE, que continuam a ser os maiores poluidores mundiais, devem mutualizar fundos, saberes, tecnologias e investigação com os países emergentes, de modo a alcançar um compromisso mundial nivelado por cima.

- A Europa deve ainda envolver-se em projectos partilhados de combate à desertificação e de gestão integrada dos recursos da água e orientar a sua política de investigação científica para o combate às doenças endémicas da pobreza, indissociáveis do ambiente em que se desenvolvem.

- A Europa deve especializar-se na prevenção de catástrofes, formando um corpo profissionalizado de Soldados da Paz, capaz de intervir em território europeu e fora dele, a pedido, sempre que tal se revele útil e necessário.

-A candidatura apresentada pelo Bloco de Esquerda recusa quer o regresso ao proteccionismo, quer a degradação das condições de trabalho na Europa para responder à concorrência no comércio internacional.

- Sustentamos a urgência de um contrato mundial que, a exemplo do que defendemos para o combate ao aquecimento global, nivele "por cima" os direitos dos trabalhadores. Salários mínimos, horários máximos de laboração, descontos para a segurança social e direito de greve devem ser generalizados em todo o planeta.

- O combate à pobreza e a defesa do poder de compra dos salários são a chave do relançamento das economias, do mesmo modo que o aquecimento climático é o horizonte que obriga à sua requalificação e mudança nos padrões de consumo. Uns e outro implicam uma nova ordem económica mundial onde os lucros se submetam à prioridade do emprego e da satisfação das necessidades colectivas.

- A candidatura apresentada pelo Bloco de Esquerda exige medidas de urgência aplicáveis em escala europeia, independentemente do que façam outros centros de decisão mundial: registo de todos os movimentos financeiros na direcção dos offshores; acordo para o encerramento dos que se localizam na Europa; criação de uma agência pública de notação europeia que introduza princípios de transparência na bolsa e no acesso aos empréstimos internacionais; regulação pública das bolsas europeias com seriação dos títulos admissíveis e sua taxação diferenciada; combate decidido à evasão fiscal no IVA intra-comunitário e registo dos titulares de empresas de sub e sobre-facturação, com interdição de formação de novas firmas.
Consideramos que qualquer uma destas medidas vale mais do que todas as injecções de capital e avales dados a um sistema bancário que vive do segredo e da mentira.

-O Bloco de Esquerda defende o princípio da resolução dos conflitos por via política e condena a doutrina da guerra preventiva.
No Parlamento Europeu, o Bloco de Esquerda defenderá o reatamento das negociações para o desarmamento nuclear. A segurança europeia deve ser garantida por um Tratado de não agressão e cooperação entre todos os países do Continente. Nessas discussões, os aspectos relacionados com o respeito pelos Direitos Humanos e a renuncia à guerra energética devem estar igualmente em cima da mesa.

- No que toca aos conflitos armados, o Bloco continuará a pautar o seu comportamento pelos critérios que nortearam o mandato europarlamentar que agora se conclui. Reconhecemos o direito dos povos à resistência contra o colonialismo, recusamos o chamado direito de ingerência nos conflitos de terceiros e consideraremos caso a caso a possibilidade de forças multinacionais de interposição, desde que não tenham enquadramento da NATO, sejam decididas pelas Nações Unidas e tenham o acordo entre as partes beligerantes.

- Portugal deve sair da NATO. Somos um pequeno país sem interesses estratégicos vitais nos cinco cantos do planeta e que se deve especializar na mediação de conflitos e na arbitragem com base nos princípios do Direito Internacional.

3 comentários:

Anónimo disse...

Devo parabenizar todos aqueles que fazem parte deste núcleo e souberam criar um site com real interesse na divulgação dos principios e ideologias deste nosso partido que considero um Bloco "Humano".
Obrigada companheiros!

Anabela Morais

Anónimo disse...

Não quero deixar de parabenizar todos aqueles que construiram esta página no núcleo de Olhão. Transmite de forma correctissima os principios, propostas e valores do BE. Boa continuação de trabalho!

obrigada

A. Morais

Bloco de Esquerda - Olhão disse...

Agradecemos o elogio.

Esperamos que continue a visitar-nos.

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