FRANCISCO LOUÇÃ : “BCE deve financiar directamente os Estados

segunda-feira, 28 de novembro de 2011 |




O dirigente do Bloco defendeu, este domingo, em Santarém, que as dívidas públicas sejam retiradas “das garras do capital financeiro”, passando o Banco Central Europeu a financiar os Estados, “exactamente como acontece nos Estados Unidos e em Inglaterra”. Louçã prometeu também estar “muito atento” à votação do PS sobre proposta bloquista alternativa ao corte dos subsídios.
Numa sessão com militantes na Casa do Brasil, este domingo, em Santarém, Francisco Louçã referia-se às notícias que dão conta de um “gigantesco plano de resgate” da Itália por parte do FMI, da ordem dos 600 mil milhões de euros, para frisar que “é toda a Europa, todo o euro, todos os europeus que estão a ser atingidos pelo capital financeiro”.

No seu entender, se não for o BCE a financiar os Estados, “o euro será destroçado por esta via gananciosa, liberal, agressiva” que, afirmou, tem vindo a ser imposta pela chanceler alemã, Angela Merkel.

Para o coordenador da Comissão Política do Bloco, a especulação financeira “vai arrasar tudo”. Francisco Louçã considerou que a decisão da Alemanha, que esta semana retirou emissão de dívida pública, prova que a pressão financeira já se faz sentir “no centro dos mais ricos, dos mais poderosos”.

Para Louçã, “a ser verdade o que diz imprensa italiana, de que vai ser necessário um plano de resgate para Itália, para o qual não há dinheiro, ou então Espanha, para o qual também não há dinheiro, é porque o plano do FMI e da Comissão Europeia destruiu de tal modo a economia europeia que não há alternativa”.

O Bloco defende a existência de “um plano B”, que deve passar pela emissão de eurobonds, de políticas europeias para o emprego e por mais cooperação económica. “É decisivo saber se vai haver ou não intervenção do BCE para retirar a dívida pública dos mercados financeiro. Se o fizer, o euro salva-se, se não, o euro entra em colapso em pouco tempo”, advertiu Louçã.

Para o dirigente bloquista, a saída de Portugal do euro “não é uma boa alternativa”, já que uma nova moeda seria de imediato desvalorizada, com todo o impacto nos salários, nos impostos, nos preços.

Bloco vai estar “muito atento” à votação do PS sobre corte dos subsídios

O Bloco estará “muito atento” à posição do PS na votação de segunda-feira, no Parlamento, da proposta bloquista que permite recuperar os subsídios de férias e de Natal.

Louçã referiu que o “negócio” proposto pelo Governo ao PS, de “mudar um pouco a fasquia deste assalto ao subsídio de férias e subsídio de Natal”, pode levar a que os socialistas deixem cair a defesa da manutenção de um subsídio pela retirada dos dois subsídios “a quase toda a gente”.

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