PORTAGENS NA VIA DO INFANTE? NÃO,OBRIGADO!

quinta-feira, 27 de maio de 2010 |


O Bloco de Esquerda opõe-se terminantemente à introdução de portagens na Via do Infante, que prejudica as populações e a economia da região, desmentindo todos os compromissos assumidos pelo poder político.

A introdução de portagens na Via do Infante é inaceitável. A proposta do Governo de fazer as populações da região do Algarve pagarem os custos dos seus erros, incluindo os do Programa de Estabilidade e Crescimento, é mais um erro e uma injustiça quando o Algarve apresenta uma das maiores taxas de desemprego do país e pela urgência de dinamização e diversificação da sua economia.

A deputada Cecília Honório considera que esta é uma medida inaceitável que lesa as populações, em particular os trabalhadores e as empresas, e que vem apenas agudizar a situação de grave crise que se abateu na região.

Não só a A22 não preenche os requisitos de uma auto-estrada, como a Estrada Nacional 125 não constitui alternativa credível, sendo um dos eixos rodoviários mais perigosos da Europa e cuja requalificação está longe de estar concluída. O argumento de que há escolha é, por isso mesmo, absolutamente falso.

Esta medida é tanto mais grave quando, nas suas bases programáticas para as Eleições Legislativas de 2009, o Partido Socialista assumiu o compromisso de «intervir na EN125, um investimento de quatrocentos milhões de euros, sem portagens na Via do Infante», pelo que a anunciada medida do Governo manifesta-se de inaceitável hipocrisia política.

Já em Abril de 2009, o então Ministro das Obras Públicas admitiu que «o Governo de José Sócrates decidiu não cobrar portagens em auto-estradas localizadas em zonas desfavorecidas, pobres e em locais sem vias alternativas» e que «o Algarve não tem alternativa à Via do Infante» enquanto a requalificação da EN 125 não for uma realidade. Aliás, a EN 125, mesmo requalificada, jamais representará uma alternativa viável à A22, dadas as suas características intrínsecas.

A instalação de portagens na Via do Infante é uma medida socialmente injusta e que não permite um combate eficaz às assimetrias socioeconómicas e regionais que caracterizam o país. Sem alternativa possível, os utentes passam a suportar directamente os custos de uma via construída por fundos comunitários, princípio que mina a coesão e solidariedade territorial.

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