ALICOOP: PLENÁRIO DECIDE CONTINUAR LUTA

terça-feira, 6 de abril de 2010 |


Os trabalhadores acusam a comissão de credores de "falta de transparência" e continuam a defender o plano de viabilização para evitar o encerramento rede de supermercados.


Centenas de trabalhadores encontraram-se em plenário na sede da empresa, em Silves, para fazer o ponto do situação sobre o processo de insolvência da empresa. Os trabalhadores da Alicoop exigem que a comissão de credores "funcione pelas regras legais a que está obrigada, decida em tempo oportuno e elabore as actas das reuniões" e manifestaram dúvidas sobre o papel do administrador judicial, que ao mesmo tempo que defende o plano de viabilização apresentado no Tribunal de Silves, "mete paus na engrenagem, e tenta apressar o encerramento da empresa com pretexto da defesa da massa falida”.

O plano elaborado pela Deloitte garantia a viabilidade da empresa e o pagamento a todos os credores em menos de 20 anos, com um investimento inicial de 5 milhões de euros, e era defendido pelos trabalhadores. Mas o plano solicitado à administração para a reabertura das lojas não teve resposta dos credores.

Da última reunião da Comissão de Credores, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) concluiu que "alguns membros nomeadamente, a Caixa Geral de Depósitos, apostam tudo no fecho da empresa e na venda ao desbarato de algumas lojas". “Tentam com isso minimizar as suas graves responsabilidades na perda de 500 postos de trabalho e dos créditos dos fornecedores e banca, no montante de 80 milhões de euros”, acrescentou Manuel Guerreiro.

Sobre o abandono do plano de viabilização, o sindicalista diz que "percebe-se agora que nos bastidores eram desenvolvidos contactos destinados a inviabilizar a reabertura do Grupo Alicoop e a abrir caminho para a reentrada em cena da GCT - Distribuição Alimentar, S.A., e do seu famoso projecto de adquirir algumas lojas ao desbarato".

Depois de ouvirem as explicações do CESP, os trabalhadores decidiram manter a luta contra o encerramento das lojas e contra o bloqueamento e falta de pagamento das rendas, com a consequente perda de direitos, que consideram "ser feita com a passividade dos bancos credores e do administrador judicial". Dispostos "a desenvolver todas as acções de luta" que possam viabilizar a empresa e assegurar os postos de trabalho, os trabalhadores vão solicitar encontros com os grupos parlamentares, governo e presidente da República, bem como aos membros da comissão de credores.

Veja mais em: www.esquerda.net

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